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Inclusão e autonomia: biblioteca do Câmpus Canoinhas tem acervo em braile disponível para comunidade

CÂMPUS CANOINHAS Data de Publicação: 10 nov 2022 13:28 Data de Atualização: 11 nov 2022 16:46

Leitora assídua, a estudante Júlia Victória Pereira não pensou duas vezes quando convidada a transcrever para o braile as etiquetas de referência dos livros em braile da biblioteca do Câmpus Canoinhas. Resultado: mais de cinquenta obras de literatura devidamente etiquetadas em braile no acervo destinado a pessoas cegas ou com baixa visão. “É legal pensar que, no futuro, alguém vai poder chegar na biblioteca e escolher sozinho o livro que quer ler, sem precisar de alguém para ajudar”, enfatiza Júlia, orgulhosa por sua contribuição.

A confecção de etiquetas na máquina de escrever em braile foi uma atividade de parceria entre a professora de Educação Especial, Crisliane Boito, e o bibliotecário Alison Antonio de Souza com a estudante cega, que está no último ano do curso técnico integrado em Alimentos do Câmpus Canoinhas.

Alfabetizada em braile, Júlia atualmente alterna suas “leituras” entre os livros físicos, leitores de texto no computador e audiolivros. E, mesmo com a tecnologia à disposição, a aluna não deixa o braile de lado, principalmente nos estudos que exigem memorização. “A escrita em braile e os leitores de tela são recursos complementares, que, juntos, garantem a efetiva inclusão”, enfatiza.

A confecção das etiquetas aconteceu durante os horários de Júlia no Atendimento Educacional Especializado. Foram elaboradas etiquetas para 53 obras, sendo que algumas obras têm até oito volumes, multiplicando o trabalho. O acervo desta seção é composto, majoritariamente, por obras recebidas do Instituto Benjamin Constant (IBC), mas está aberto a doações, principalmente de obras literárias.

Conforme os servidores do Câmpus Canoinhas, a ação vem tendo bons resultados, especialmente por ser vinculada a outros projetos do câmpus, como os do edital de Protagonismo Discente. Os projetos “Ações para promover acessibilidade e autonomia para deficientes visuais adultos de Canoinhas e Região” e “IFSC Canoinhas na rua: curta-metragem sobre a vida das pessoas com deficiência visual na nossa cidade” têm parceria com a Associação Canoinhense dos Deficientes (ACD) e o Grupo Os Visionários, composto por nove pessoas com deficiência visual, que, dentre outras atividades, têm explorado o acervo literário institucional.

Para garantir o acesso das pessoas com deficiência visual ao acervo em braile, a biblioteca do Câmpus Canoinhas também está autorizada a fazer o empréstimo domiciliar. “Temos uma riqueza muito grande aqui, que agora pode ser emprestada para outras pessoas com deficiência visual”, comemora Júlia.

Prestes a se formar no Ensino Médio Técnico, Júlia foi a primeira aluna cega do Câmpus Canoinhas e, além de participar de projetos de ensino, pesquisa e extensão na área do curso de Alimentos, contribui em trabalhos que promovam a inclusão. No início do semestre, por exemplo, ela participou do projeto de extensão “Curso Técnico em Alimentos Integrado ao nível médio: constituição, memória e educação inclusiva”, em que foi protagonista de quatro vídeos sobre o curso, perfil profissional, atuação no mundo do trabalho e adaptação de materiais didáticos.

CÂMPUS CANOINHAS INSTITUCIONAL

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